Finalmente realizou-se ontem, quarta-feira, dia 13 de outubro, a tão propalada reunião entre a candidata Dilma Rousseff e líderes evangélicos, que contou também com a presença de parlamentares ligados ao segmento. A finalidade do evento foi tentar estancar a sangria de votos entre o eleitorado cristão provocada pelos ditos "boatos" que circularam na internet durante a campanha no primeiro turno e que teriam ganhado força nestes primeiros dias do segundo turno.
Segundo os principais veículos da mídia, havia 51 participantes que teriam sido escolhidos a dedo para o encontro, realizado a portas fechadas num hotel de Brasília, do qual a candidata saiu ao final sem falar com a imprensa. De acordo com informações extraoficiais, a maior parte dos líderes presentes já apoiava Dilma Rousseff no primeiro turno, como Isaías de Souza Maciel, Guilhermino Cunha, Everaldo Dias Pereira e os parlamentares já conhecidos que estão com ela: Crivella, bispo Robson Rodovalho, Eduardo Cunha e Magno Malta, entre outros. Pelo que pude apurar, não havia nenhum novo líder de peso no meio evangélico presente que pudesse agregar credibilidade ao novo discurso que a candidata passou a verberar em sua campanha.
Entre os pontos que vazaram da reunião, os líderes teriam solicitado à candidata que fosse mais firme em defesa da vida e contra o aborto. "Estamos perdendo a guerra por falta de contundência", afirmou Eduardo Cunha. Crivella, por sua vez, complementou: "Ela não vai encaminhar nem sancionar qualquer coisa que ofenda os direitos religiosos, que descriminalize o aborto ou que promova o casamento homossexual". Consta que ficou firmado o compromisso de a candidata enviar uma "carta à nação" reafirmando esses pontos. Houve também a gravação de depoimento de alguns desses líderes para o horário eleitoral.
Minha análise:
1. Reunir 51 líderes, a maoria já comprometida com a candidata, os quais foram a Brasília certamente com as despesas pagas pelo comitê de campanha, constitui-se número inexpressivo para quem precisa repercutir o novo discurso entre a massa de evangélicos votantes no país. Fica a impressão que os seus coordenadores evangélicos vendem para a candidata uma liderança que não têm. Na melhor das hipóteses, a canoa está fazendo água.
2. Apresentado no primeiro turno como o coordenador de Dilma Rousseff entre os evangélicos, parece que o bispo Manoel Ferreira, aquele que é amigo do Rev. Moon, perdeu o posto. Quem se apresenta agora como porta-voz é o bispo Crivella, que, por sinal, é sobrinho do bispo Edir Macedo, outro que apoia a candidata do PT e defende da forma mais descarada possível, com unhas e dentes, o aborto. Tudo em casa.
3. Qualquer compromisso que Dilma Rousseff assuma agora é coisa para inglês ver. (O faraó no Egito fez a mesma coisa com Moisés, voltou a palavra dele) Muito me admira que líderes evangélicos se prestem a dar respaldo a uma farsa que mais dia menos dia será desmascarada. Lula assumiu as mesmas reivindicações não só com os líderes evangélicos, mas também com os bispos católicos para depois rasgar o compromisso assumido. Não é preciso descer a minudências. O PNDH 3 é o suprassumo de tudo quando Lula prometeu que não iria fazer e fez. É um decreto assinado pelo "falso messias", que afirma as intencões do governo e foi preparado no forno da Casa Civil comandada por Dilma Rousseff. A candidata, se eleita, não precisará tomar nenhuma iniciativa. Já está tudo pronto. É só os parlamentares petistas começarem a preparar os projetos de lei (alguns já estão em curso) e forçarem a sua aprovação no Congresso Nacional. Como se comportarão nessa hora os parlamentares da Frente Parlamentar Evangélica? Terão força para brecar esses projetos?
4. Quando Garotinho impõe como condição para o seu apoio a Dilma a retirada do PNDH 3 pelo presidente da república (veja aqui) é uma estratégia política. Como sua campanha para deputado federal foi baseada na defesa de valores cristãos com um combate ferrenho ao dito decreto, e por saber ao mesmo tempo que Lula jamais atenderá a essa reivindicação sob pena de desmontar a sua base de sustentação política no campo da esquerda, Garotinho fica a cavaleiro para assumir posição de neutralidade no segundo turno. Mas se ainda assim apoiá-la, dará outro tiro no pé dos muitos que já deu.
Em suma, nada mudou com a reunião de ontem. Tudo está do mesmo tamanho. Não adianta os líderes e parlamentares evangélicos que apoiam Dilma Rousseff saírem por aí a proclamarem uma coisa que ela, Lula e o PT não são. Continua valendo a fábula do escorpião. A natureza permanece a mesma.
Este Artigo foi copiado quase em sua totalidade do Blog do Geremias do Couto
______________________________________________________ Ozéas de Oliveira, o seu amigo de fé insiste: PARA QUE O MAL PREVALEÇA, BASTA QUE AS PESSOAS DE BEM PERMANEÇAM INERTES, CALADAS, ENGOLINDO O QUE TENTAM EMPURAR-LHE GARGANTA ABAIXO!"
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